Raízes de Honra: A Poesia Silenciosa do Crescer.
Nasci adulta.
Sem aviso, sem colo, sem cantigas no quintal.
A infância me escapou pelos dedos
como a areia que nunca foi minha.
Bonecas não embelezavam o meu chão.
Esconderijos? Só em pensamentos calados.
E o sol… não me esperava para brincar na rua.
Minha adolescência foi um vulto que
Corria por vidraças embaçadas,
enquanto eu — menina em silêncio —
aprendia, cedo demais, a servir o pão,
com mãos trêmulas e um medo
que ainda não sabia nomear.
Tem quem julgue o ser adulto,
ser palhaço no picadeiro da vida.
Oh, vivente…
quanto tempo ainda levarás
pra ver com olhos inteiros
que ser adulto
é caminhar na corda bamba do tempo,
é ser equilibrista sem rede,
- sem aplausos.
É ser malabarista dos próprios dias,
Só com o peso dos próprios passos.
Ser adulto é
ser Herói anônimo no palco da rotina.
Jogando ao alto os sonhos,
sem deixar cair as dores, os risos,
nem a esperança.
Quantos Riem da seriedade de quem luta —
mas só quem madruga cansado e sem o pão posto por outrem sabe:
Há honra no suor silencioso,
Há glória em manter-se de pé no Caos.
Marco Aurélio sussurra do tempo antigo:
“A nobreza está em ser superior ao que fomos ontem.”
E eu sou!
Sou mais firme, Mais forte, Mais minha.
Nunca me terás a nomear-me “palhaça”
Pois ser adulto
É ser raiz que sustenta,
é ser Casa que Não cai,
é carregar o próprio nome com Honra
E isso, por si só, já é poesia.
Viviane Caterine
Enviado por Viviane Caterine em 14/07/2025
Alterado em 15/07/2025
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